Artigos - Educação Consciente
Willes da Silva
Psicoterapeuta, Conferencista Motivacional, Jornalista, Escritor - Autor do livro "Cidadania, O Direito de Ser Feliz.
Quem educa?
10/03/2008
Num texto recente no qual enfoquei a questão da escolha da escola para os filhos, falei também sobre a responsabilidade dos pais pela educação dos mesmos. Volto ao assunto para reforçar a idéia de que considero importante na atualidade dedicar maior atenção à educação dos filhos no âmbito da famÃlia, visto que, por força dos afazeres fora do lar, pais e mães têm se distanciado dessa responsabilidade e, por conseqüência, transferindo para a escola essa incumbência. Ora, por melhor que seja a escola, ela nunca estará preparada para suprir as necessidades afetivas, de valores e modelos que naturalmente cabe aos pais fazê-lo. A boa escola pode sim ser parceira nessa tarefa, reforçando valores, estimulando a socialização e a disciplina, além é claro de proporcionar à criança, através do repasse de conhecimento, condições para o seu desenvolvimento integral, ou seja, um desenvolvimento que vá além das matérias do conhecimento formal estimulando, por exemplo, o pensar, a ética, o respeito, a honestidade, enfim, valores e práticas humanistas que o transformem num ser humano responsável e produtivo positivamente.
Educar filhos requer mais do que suprir suas necessidades básicas como, por exemplo, alimento, moradia, atenção á saúde e higiene ou enchê-lo de presentes e outras bugigangas como celular, videogame e roupa de grife, etc. Toda criança necessita de atenção, tempo de qualidade, diálogo, afeto, bons exemplos e modelos. Nada substitui isso, nada substitui na criança a necessidade de sentir-se amada pelos pais, de sentir-se importante para eles. E esses sentimentos só podem ser supridos pela presença, pela dedicação, expressas na prática do dia-a-dia. Isso tudo pode até parecer difÃcil para alguns pais, já que sabemos que a nossa cultura educacional é pobre principalmente em práticas afetivas qualificadas, mas, essa é a tarefa daqueles que desejam aprimorar-se enquanto pais: aprender educar educando e educando-se.
Exemplos. Alguns pais quando chamados à escola por força de dificuldades de aprendizado, ato de rebeldia ou indisciplina de seu filho costumam argumentar que ele, o filho, em casa age diferente, é bem comportado, aplicado e blá, blá, blá. Nesse caso podem ocorrer algumas situações: 1) O bom comportamento do filho em casa pode estar sendo obtido de maneira coercitiva, logo, quando longe do domÃnio dos pais, ele vai extravasar toda sua rebeldia e sua raiva, seja nos professores ou nos colegas; 2) Ele é educado de maneira protecionista, mimado e sem limites, os pais fazem tudo o que ele quer, chantageiam-no emocionalmente, então na escola ele vai revoltar-se por força da disciplina, das regras existentes, etc.; 3) Em casa os pais são ausentes, o filho passa mais tempo jogando videogame, vendo televisão ou no computador do que na companhia deles, também nesse caso por não haver regras em casa e por não receber a devida atenção ele vai contrariar as regras da escola, à s vezes, por pura rebeldia outras para receber atenção mesmo que seja de modo negativo. Outras situações poderiam ser descritas com teor assemelhado, mas, o que interessa nesse caso é chamar a atenção para a importância da educação afetiva, afirmativa e presencial dos pais na vida do filho. Educação de filhos à distância não existe, assim como pais perfeitos. Porém, há sempre muitos bons modos de educar...
Boa Reflexão para você.
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