Artigos - Nutrição e Saúde
Conceição Trucon
Conceição Trucom, que é química, cientista, palestrante e escritora de temas voltados para a alimentação natural, qualidade de vida e bem-estar. www.docelimao.com.br
O estresse desarma nossas inteligências
18/09/2007
Acredite: indo contra a corrente de que sempre podemos aumentar a qualidade e complexidade dos neurônios, existe uma síndrome da vida moderna que faz exatamente o contrário. O estresse pode desencadear a morte dos neurônios. O estresse na sua medida é importante, pois nos impulsiona, nos faz crescer. Uma pessoa sem desafios vai ficando desanimada e a vida sem sabor. Nada que ver. Mas, com a vida moderna que é super desafiadora e acelerada, o estado de tensão e estresse é constante e elevado, e aí uma série de sintomas e doenças começam a dar sinais de que algo não está bem: dificuldade de aprendizado, esquecimentos, baixa vitalidade, acidentes, insônia, indigestões, taquicardias e até infertilidade. Agora, cientistas de dois importantes centros de pesquisa paulistanos, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), descobriram mais um efeito nocivo, para não dizer devastador do estresse: estados de tensão permanente provocam inflamação no cérebro, que se crônica, pode levar os neurônios (as células cerebrais) à morte. Onde acontece principalmente? No hipocampo, área da massa cinzenta associada à memória, No córtex frontal, responsável pelos raciocínios mais complexos.
Fonte: Mantenha seu cérebro vivo - Lawrence Katz e Manning Rubin - Editora Sextante. Os danos causados pela morte gradual dessas células nervosas podem ser desde pequenos esquecimentos (lapsos de memória) até doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Na verdade, quando a vida e a saúde estão em harmonia, o estresse “normal” e encarado de forma saudável, ou seja, na medida certa, faz o corpo liberar os famosos cortisóis, família de hormônios que funcionam com ação antiinflamatória. Em pequena quantidade, bem entendido. Mas, quando a carga destes cortisóis é freqüentemente excessiva, o efeito será exatamente o oposto – quadros inflamatórios e morte dos neurônios por cansaço. Em situação crônica de estresse, acontece um círculo vicioso de tensão constante, com mudanças na estrutura das células nervosas, potencializando sua fragilização e morte. Uma hilária ironia: neste desencadear, é a inteligência (da defesa, da preservação) que está destruindo os próprios neurônios. Então, lá vem a filosofia: bom senso nunca faz mal a ninguém. Use as suas inteligências para tocar a vida de um jeito mais sábio, ou seja, dar-se tempo para parar e filtrar esta carga violenta de estímulos ao estresse.
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