Você é medíocre? Pessoas medíocres não pensam! Quando muito pensam que pensam e são dominadas por pensamentos aleatórios vindos de canais periféricos não confiáveis. São imitativas; nada criam. Não tem opinião ou ideias próprias. Alguém sempre as influenciam; não filtram conceitos, são facilmente manipuladas e fanáticas. São invejosas e preguiçosas; derrotistas e autodestrutivas por excelência. Desdenham do conhecimento, abraçam a ignorância e se deleitam alimentando instintos e impulsos. São subservientes, preconceituosas, descriminadoras, intolerantes, egoístas, soberbas e raivosas. Enfim, não nutrem o mínimo apreço pela vida dos seus iguais e nem do universo ou do habitat que as cercam.
As criaturas medíocres vivem em manada como gado ou algo assemelhado. São guiados, domesticados, a sociedade ou os outros ditam-lhes as regras, pensam por eles. São seres inertes e obedientes a ditames externos. Reproduzem ideias alheias como se fossem suas. Os mecanismos cognitivos não funcionam neles, são deficientes cognitivos, ou seja, não se esmeram em profundar o conhecimento de si e do universo. São dependentes dos outros, esperam que alguém mude a realidade por eles e quando isto não acontece reclamam e se vitimizam.
É triste a vida do medíocre, até porque não há vida nele, apenas resignação. Sobre eles, diz José Ingenieros, em seu livro O Homem Medíocre: “Muitos nascem: poucos vivem. Os homens sem personalidade são inumeráveis, e vegetam, moldados pelo meio, como cera fundida no cadinho social. Sua moralidade de catecismo e sua inteligência quadriculada, os constrangem a uma perpétua disciplina do pensamento e da conduta; sua existência é negativa como unidade social. O homem de caráter firme é capaz de mostrar encrespamentos sublimes, como o oceano; nos temperamentos domesticados, tudo parece superfície tranquila, como nos lamaçais. A falta de personalidade torna-os, a estes, incapazes de iniciativas e de resistências. Desfilam inadvertidos, sem aprender nem ensinar, diluindo em tédios a sua insipidez, vegetando na sociedade, que ignora a sua existência; zeros à esquerda, que nada qualificam, e que para nada servem. Sua falta de robustez moral os faz ceder à mais leve pressão, sofrer todas as influências, altas e baixas, grandes e pequenas, transitoriamente arrastados à altura pelo mais leve zéfiro, ou emborcados pela onda miúda de um riacho. Barco de amplo velame, mas sem leme, não sabe divisar a sua própria rota: ignoram se irão encalhar numa praia arenosa, ou se irão esborrachar-se contra um escolho. Estão em todas as partes, embora inutilmente procurássemos um, capaz de se reconhecer; se achássemos, seria um original, pelo simples fato de se envolver na mediocridade”.
Em síntese, sem me aprofundar na análise, a nossa sociedade acha normal o homem medíocre; o que não é normal...
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