Houve um tempo que o Natal e o panetone faziam parte da tradição festiva de final de ano, tá ligado? O Natal, como diziam os antigos, era a comemoração do nascimento do “menino Jesus” que, a priori, vinha para cooperar na redenção do povo perdido em seus desvirtuados valores. Algum tempo depois, veio o tal do “mercado”, o comércio desvairado e predador que absorveu de forma avassaladora tradições e traços culturais benignos de toda a humanidade.
O Natal deu no que deu, foi transformado nessa louca neurose de gente correndo atrás do consumo exacerbado tendo como símbolo um ente chamado Papai Noel que nem a mais prematura criança hoje em dia acredita que existe.
E o panetone, hein? Essa espécie de bolo recheado de frutas cristalizadas, é originária da Itália e acabou se transformando também em alegoria do Natal. Até aí tudo bem, tá ligado! O problema é que logo o famigerado “mercado” também se apossou dele, e o transformou numa mistureba sem noção. Aí, nos dias de hoje, você o encontra numa diversidade sem tamanho, tipo chocotone. Só falta criarem o pizzatone, o couvetone e até o jilótone, ou seja, panetone com recheio de pizza, de couve ou, até, mesmo de jiló.
Percebeu a loucura em que estamos metidos? Tudo tem sido distorcido, seja o Natal, o Panetone e outros tantos eventos e valores. E o pior é que a maioria dos viventes tem aceitado tudo como normal: a mentira, a disseminação do ódio, a banalização da morte, da violência, da intolerância, da mentira, do egoísmo e de outras tantas formas de estupidez.
Desse modo, creio que, como humanidade, devemos nos perguntar, neste tempo natalino: para onde vamos, hein? Agora, se preferir, pode apenas exclamar: e o panetone, hein!
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