Artigos - Viver Consciente
Willes da Silva
Psicoterapeuta, Conferencista Motivacional, Jornalista, Escritor - Autor do livro "Cidadania, O Direito de Ser Feliz.
Sobre o amor possível
01/02/2016

 Não sei se você já percebeu que falamos muito pouco sobre o amor. Talvez porque o nosso modelo existencial seja falho em afetividade, ou porque culturalmente nunca se deu muita importância à profundidade desse sentimento, ou, ainda, porque “o amor é difícil de explicar” como me disse um ouvinte de uma palestra sobre o tema.    Não pretendo neste curto espaço escrever um tratado a respeito do amor, mas, sim, fazer algumas observações que acho cabíveis para uma breve reflexão. A começar pelo fato de que para o amor não cabem definições do tipo: o amor é isso, o amor é aquilo, pronto e acabou. Partindo do princípio de que cada ser humano é único, entendo o amor como algo singular, próprio e particular de cada um. Nenhum amor é igual ao outro. Cada sentimento também é único, não há como estabelecer um padrão e dizer que tem que ser daquele jeito senão não pode ser amor. Mesmo o amor entre pais e filhos que, pela sua natureza, considero um sentimento natural e desprovido de exigências, sua intensidade varia de pessoa para pessoa.

            Acredito que um dos erros que cometemos com frequência e que tem resultado, na maioria das vezes, no fim da relação afetiva, é o de querermos que o outro nos ame como nós o amamos, ou, às vezes, como nós pensamos que amamos. Não é incomum estabelecermos um modelo de amor e acharmos que o outro tem que se adaptar a ele, como se o amor fosse uma caixa, uma fôrma, onde o outro tem que caber, mesmo que seja apertado, desconfortável. Provavelmente a vida seria mais agradável se tivéssemos uma compreensão maior a respeito do amor, se entendêssemos que o amor ideal, aparentemente perfeito como num romance, num sonho ou numa novela, é diferente do amor real, do amor possível, onde tudo está para ser feito e depende de cada atitude que tomamos, de cada contribuição que damos para melhorá-lo.

            Sei que não falo nenhuma novidade quando digo que não existem regras definitivas para vivenciar o amor, mas, entendo que é importante, num primeiro momento, assumir algumas posturas positivas para com você mesmo. Eis algumas delas: gostar mais de si próprio - a qualidade do amor que damos aos outros está intimamente ligada à qualidade do amor que dedicamos a nós mesmos - ; desenvolver a  auto aceitação, ou seja,  a atitude de aceitar-se com suas qualidades e imperfeições, não no sentido de acomodar-se perante estas últimas, mas, no sentido de vencê-las, superá-las. Importante também é o autorrespeito, a atitude do respeito por si mesmo, o amor que exige que você se violente ou perca sua identidade pode ser qualquer outra coisa, menos amor.

            Vale lembrar ainda que a qualidade do relacionamento amoroso que você deseja ou vivencia estará sempre vinculada com a qualidade das suas escolhas, e estas, por sua vez, resultam da afetividade que você nutre, ou não, por si mesmo. Enfim, quanto mais equilibrado e rico for o seu padrão afetivo, mais conscientes e saudáveis serão as suas escolhas relacionais.

 
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