Artigos - Viver Consciente
Willes da Silva
Psicoterapeuta, Conferencista Motivacional, Jornalista, Escritor - Autor do livro "Cidadania, O Direito de Ser Feliz.
A Evolução Pelo Amor
31/12/2013

 

 

 

Existe o pensamento em algumas doutrinas religiosas ou espiritualistas que o sofrimento é elemento de evolução espiritual. No entanto, essa não é a melhor ótica, uma vez que o sofrimento em si é apenas sofrimento, nada mais do que isso.  O que gera evolução é o que fazemos com ele, ou seja, o que aprendemos com o sofrimento[1].

            Para tornar essa reflexão mais clara, antes é necessário verificar como reagem os indivíduos perante o sofrimento:

1)      Revolta – É comum encontrarmos aqueles que, diante de qualquer desconforto, costumam vociferar colocando-se como vítimas ou injustiçados, culpando Deus e o mundo pelos seus desconfortos.

2)      Resignação – No bojo de muitos ensinamentos equivocados está o estímulo ao acomodamento perante as situações “dolorosas”. Algumas premissas religiosas mal interpretadas sugerem, inclusive, a aceitação passiva, a comiseração e a autopiedade. É por isso que encontramos pessoas estagnadas no desculpismo, no determinismo ou em considerações assemelhadas.

3)      Aceitação Consciente – Essa postura emana do conhecimento mais profundo da espiritualidade, das Leis Universais que gerem a vida em todas as suas dimensões. Somente através da ampliação do conhecimento de si mesmo e do universo, é possível transformar o sofrimento, a dor, em aprendizado.

Veja bem, quando você apenas se revolta contra os desconfortos que o assolam, nada de novo acontece, você continua sofrendo. Da mesma forma acontece quando você passivamente se acomoda a eles. Conclusão: nas duas situações nada se transforma; tudo permanece o mesmo, todo o sofrimento é em vão. Enfim, sempre que você, consciente ou inconscientemente, contribui para a permanência do sofrimento em sua vida, esta não é uma atitude saudável e amorosa.

Há tempos eu fui adepto de uma visão consagrada a respeito da evolução espiritual, ou seja, de que existiam duas “escolas”, a da dor e a do amor. Hoje, depois de muito viver e experenciar, observar e refletir, a minha compreensão é de que, na verdade, a única pedagogia que existe é a do amor. Quando você instrumentaliza os desconfortos para aprender e evoluir, este se torna um ato vigoroso de amor para consigo mesmo. Há um quê de profunda sabedoria amorosa quando você “acolhe” o desconforto ou sofrimento conscientemente, quando você o transforma numa “ferramenta” que irá ajudá-lo na compreensão de si mesmo e, consequentemente, no aperfeiçoamento do modo como cuida de si.

Sob a perspectiva da evolução espiritual creio ser claro que todo progresso é fruto do enfrentamento das resistências que são encontradas no viver diário de cada pessoa. E essas resistências são as vicissitudes, os obstáculos, as dificuldades, as deficiências e propensões que são próprias do existir humano. Sendo assim, nada melhor que ações repletas de amor para que você enfrente o “bom combate” da vida, evolua e seja vencedor.

Boa reflexão e viva consciente e amorosamente.



[1] O termo sofrimento aqui utilizado refere-se a todo tipo de desconforto, seja físico, mental/emocional ou espiritual.

Este texto pode ser compartilhado ou reproduzido desde que respeitado os direitos do autor - Willes da Silva

 


 

 

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