Artigos - Consciência Ambiental Ativa
Willes da Silva
Psicoterapeuta, Conferencista Motivacional, Jornalista, Escritor - Autor do livro "Cidadania, O Direito de Ser Feliz.
Meio ambiente, educação, ética e cidadania
25/05/2007
* Este texto foi publicado inicialmente pela primeira vez no ano 2001.

Minha filha Carolline tinha sete anos quando numa tarde de domingo, ao voltarmos de um passeio juntamente com Danielle minha outra filha, ela jogou pela janela do carro um papel de bala no chão da rua. Alguns metros à frente eu parei o carro e pedi que ela voltasse e o juntasse para jogar adequadamente no lixo. Senti que naquele momento ela não gostou da minha atitude, mas, meio que brincando, eu perguntei-lhe: “minha filha, como será que ficaria o meio ambiente se todos resolvessem jogar os seus lixos na rua?”, ela respondeu: “é pai, ficaria um lixo só.” Para mim o importante naquele momento, foi que ela falou com o a expressão de que tinha entendido o sentido daquela pequena lição.

Alguma vez você já percebeu que a solução para um problema foi mais simples do que imaginava, ou que mais valeu uma ação, mesma que pequena, do que um grande discurso vazio? Eu já vivenciei isso e, como sou otimista, penso que grande parte da solução das questões ambientais está relacionada ao nosso próprio comportamento, ou seja, que precisamos abandonar a cômoda posição de que alguém, algum órgão ou entidade, vai resolver tudo para nós, para assumirmos o papel ativo e responsável de agentes da proteção ambiental.

Educação. Esta é, sem dúvida, a ferramenta mais adequada para qualquer projeto de transformação; nenhuma mudança se realizará se não aprendermos ou reaprendermos novas atitudes. Como já diziam os antigos, educação vem do berço, e vem mesmo. É no meio familiar que principia todo o processo educacional, é onde começamos a moldar nosso caráter, nossa personalidade e consciência. Por isso, desde cedo é essencial que pais ou seus substitutos, ensinem às crianças, entre outros valores, a importância de um meio ambiente preservado, afinal de contas o meio ambiente está intimamente ligado a fatores dos quais dependem nosso bem estar. Pequenas ações educativas como a que mencionei no início deste artigo, são fundamentais para o aprendizado sadio de nossos jovens.

Nas escolas, onde outra parte do processo educativo acontece, ou espera-se que aconteça, é necessário implementar uma visão mais nobre, profunda e conseqüente do meio ambiente. Na atualidade, é da máxima importância agregar à educação ambiental valores como os da ética e da cidadania, aliás, é pouco provável formar-se uma consciência ecológica duradoura limitando-se o ensino apenas à subjetividade de matérias formais como geografia e ciências, por exemplo. Acredito e defendo a mais de uma década, desde quando dirigia uma entidade ambientalista, a instituição de matéria específica no currículo do ensino fundamental sobre o meio ambiente. Mas, desde então, enquanto a cada dia a degradação ambiental só aumentou, os tecnocratas da educação e de setores afins permaneceram acomodados em seus paradigmas de sapiência limitada, na sua falta de ousadia que tanto necessita nossa realidade contemporânea.

Um parêntese: penso que muitas pessoas fazem com o meio ambiente aquilo que estão acostumadas a fazer a si próprias: maltratam-se, acumulam lixo em forma de raiva, frustrações e desamor, e, em sendo assim, não estão nem aí para a vida que acontece dentro ou fora delas. Não cuidam do seu meio ambiente interno e, muito menos, do externo. A estes também é recomendável uma profunda reflexão.

Concluindo, comemorar todo ano o Dia do Meio Ambiente, o Dia da Terra ou o dia da Árvore, é muito pouco, necessitamos estar vigilantes o tempo todo. O meio ambiente na sua diversidade e totalidade é a nossa casa. É o ar que respiramos, a água que bebemos, a terra onde plantamos e colhemos nossos alimentos, enfim, é tudo isso e muito mais. Daí a necessidade de refletirmos e agirmos aqui e agora, afinal, é a nossa vida que está em jogo, nossa própria sobrevivência e de outros que virão depois de nós. Enfim, não somos os donos da terra, apenas a tomamos emprestada. E, em sendo assim, o melhor seria que a repassássemos aos nossos filhos e aos filhos dos nossos filhos, preservada e sadia!

Boa Reflexão para você.

Comentários
COLUNAS
INFORMATIVO
Receba as nossas novidades no seu e-mail.
Nome:
E-mail:















Todos os direitos reservados - Site Desenvolvido por Varginha Online