Artigos - Viver Consciente
Willes da Silva
Psicoterapeuta, Conferencista Motivacional, Jornalista, Escritor - Autor do livro "Cidadania, O Direito de Ser Feliz.
Sobre Espiritualidade I e II
04/07/2011
I

Você já deve ter percebido que alguns dos meus textos são bastante coloquiais, é como se estivesse conversando. Gosto de compartilhar idéias construtivas, de compartilhar minhas reflexões sem ares de sabedoria, sem segundas intenções, apenas pelo prazer de compartilhar. Costumo dizer a alguns amigos que uma das minhas maiores conquistas na vida foi poder ser como sou sem máscaras ou retoques. Quando agrado alguém é porque a pessoa consegue captar a minha essência. Então, quando escrevo sinto-me conversando com você leitor(a), como se estivéssemos num bate-papo descontraído, sem a intenção de querer convencê-lo de coisa alguma, pois bem sei que senso crítico, assim como um bom caldo de galinha, não faz mal a ninguém.

Às vezes, tanto em palestras como numa conversa despretensiosa com pessoas, percebo que quando falo de espiritualidade algumas parecem torcer o nariz, como se dissessem: “lá vem ele, parece que vive fora da realidade, viajando...”. Eu sinto isso, mas, “não estou nem aí!”. Até porque, sei da importância de cultivar bons hábitos e valores que não sejam meramente materiais ou mundanos. Hoje vivemos num mundo muito superficial onde há uma competição desvairada para saber quem tem mais, quem é isso ou aquilo, quem tem o celular ou o carro mais moderno, quem viajou nem sei pra onde, quem está na mídia ou na coluna social, quem é mais isso ou aquilo, quem colocou mais miligramas de silicone em algum lugar, quem compra mais, quem bebe ou come mais, quem usa objetos de marca, quem malha mais, e blá, blá, blá...

Aí, eu cá com os meus botões, que são poucos, fico me perguntando: “Quando será que esse pessoal vai começar a malhar o espírito? Será preciso que ondas gigantes, como na Ásia, invadam de surpresa suas casas na hora da novela para que, quem sobrar, passe a cuidar de sua espiritualidade?” O pior é que, assim como os meus botões, tem muita gente não estão nem aí para a vida, e muito menos para a morte. E o interessante é que mesmo a morte sendo a coisa mais certa neste mundo de tantas incertezas, nem assim as pessoas se desapegam do que é superficial e fugaz.

Conheci uma pessoa que certa vez me disse com ares de sabedoria: “estou pensando em que depois de me aposentar vou cuidar mais da minha parte espiritual...”. Então ela se aposentou e continuou na mesma, adiando para não sei quando sua decisão, não demorou muito ela morreu. Sabe aquele ditado: “não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.”. Pois é: “quem lhe garante o amanhã?”

Fico por aqui, e como disse Sócrates, o filósofo grego, eu também “só sei que nada sei”, mas vou por aí tentando aprender sempre mais um cadinho e tratando de aquilatar mais os valores espirituais, principalmente praticando-os. Desejo que você também o faça, não deixe para amanhã ou quem sabe um dia... Relaxe; leia bons livros, medite, pratique boas ações, cuide bem da sua saúde espiritual, você vale mais!

Boa reflexão e viva consciente.

II

Neste conturbado terceiro milênio, muitas pessoas têm despertado para a necessidade de uma existência mais espiritualizada. Então, se você é um daqueles que descobriram ou redescobriram que a vida traz em si um aspecto espiritual de magna importância, é bom saber que não está sozinho nessa edificante jornada. Porém, é bom observar que nessa busca existem alguns elementos a serem considerados, os quais, na visão de Luis Pellegrini, escritor, são os seguintes: “ 1) Cada um de nós tem uma consciência espiritual mais ou menos ativada. 2) O sentido da vida é desenvolver e amplificar o máximo todas as nossas potencialidades a partir da consciência espiritual. 3) Não existe começo e nem fim na busca espiritual. Só existe o movimento da busca”. É bom saber também, que a busca da espiritualidade é algo como o que escreveu o poeta espanhol Antônio Machado: “Caminhante, não há caminho. Faço meu caminho ao caminhar”. A evolução espiritual, em outras palavras, parafraseando o filósofo Heráclito de Éfeso: “é um eterno vir a ser”, está sempre em construção.

Às vezes, pode parecer difícil e intransponível vencer o apego a valores mundanos e materiais, e a tudo o que eles representam, mas, é preciso estar convicto de que fora da espiritualidade não há como transcender os limites que o “mundo” nos impõe. Dentre os que sofrem de diferentes formas de mal estar, sejam eles físicos ou emocionais, muitos dizem sentir um imenso vazio existencial que é fruto, muitas vezes, da própria incompreensão que têm de deles próprios e do universo ao seu redor. Existem também aqueles que sofrem por não se sentirem aptos para a convivência ou por reprimirem sentimentos e emoções. De um modo geral, a maioria que assim procede sente-se incapaz de compreender e exteriorizar sentimentos como amor, benevolência, solidariedade e fraternidade, próprios de uma vida espiritualizada.

O caminho da evolução espiritual é, em verdade, o retorno à nossa essência, o volver ao que sempre fomos, o resgate da nossa identificação com a Divindade, com o sagrado latente em nós; o reconhecimento e a aceitação do princípio Divino como fonte inesgotável de vida, amor e benevolência. Porém, importa saber que esta aceitação não é meramente contemplativa, ela só se faz sentir quando vivemos de acordo com princípios morais e humanitários elevados, acima da contaminação da arrogância e do egoísmo. E ela se aprofunda quando compreendemos que o aprendizado espiritual é infinito e é realizado com humildade; quando confrontamos a realidade ao invés de fugir dela, quando nos desapegamos de poderes ou prazeres efêmeros, quando transformamos nossa vida num modo de ser construtivo e virtuoso, praticando sempre o bem. Um bem que, conectado à nossa consciência interior nos dá a compreensão do que somos e de que podemos ser ainda melhores, de que é necessário aprender amar a nós mesmos para podermos amar qualitativamente o próximo, nosso irmão.

Então, se você é um buscador que deseja aprimorar sua jornada espiritual, motive sua consciência ampliando ao máximo seu aprendizado e a busca pelo conhecimento. Assim, por certo, você obterá clareza suficiente para não se perder em labirintos de dor, sofrimento, insegurança ou medo, e, ao mesmo tempo, gozará de leveza e equilíbrio, elementos necessários para a conquista de um estado de paz espiritual pleno e duradouro.

Boa Reflexão e viva consciente.

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