Eu mesmo já escrevi dizendo que a pessoa é aquilo que ela pensa que é. Por outro lado, também já li estudiosos dizendo a mesma coisa. Hoje acredito ser necessário, no mínimo, relativizar essa idéia, até porque acredito que o individuo não é simplesmente aquilo que ele pensa que é, mas, sim a consciência que ele tem de si mesmo e a pratica correspondente a esse saber. O que é diferente, já que para ter essa consciência demanda que ele tenha um conhecimento bem mais esmerado de si próprio.
Quantas pessoas se enganam a respeito delas próprias, identificando-se, por exemplo, com seu lado profissional: eu sou médico, eu sou pintor, eu sou advogado. Na verdade nós sempre mais estamos do que somos. Eu estou escritor, não sou escritor; eu estou artesão, não sou artesão. Quem você é está na sua essência, no conjunto de valores, princípios, crenças, etc., que formam o seu caráter e se espraiam pela sua personalidade e em sua prática diária.
Há tempos existe uma identificação muito grande com o ter: bens, posição social, poder. Pessoas falam muito mais do que elas têm do que elas são. Em síntese eu diria que vivem como se fossem aquilo que elas têm. Em suas falas o tempo todo elas se remetem ao eu tenho isso, eu tenho aquilo, eu vou comprar isso, etc. Quem é você cara pálida? O carro, o apartamento, o sítio, a fazenda, o celular, o cargo, o título? Quem é você?
Voltando à fala do Dr. Gaiarsa, sobre ser bom... Há uma tênue e estreita linha que nos separa do bem e do mal. Sempre que há uma ausência do bem, eis que surge o mal; se você não está fazendo o bem é provável que esteja fazendo o mal. Não há meio termo, o mais ou menos. Daí a necessidade da constante vigilância, do “vigiar e orar” que já ensinava o Mestre Nazareno. Se você deseja ser bom – fazer o bem –, necessita ir além do pensamento, precisa criar a consciência do bem para fazê-lo com ânimo, esmero e distinção.
Boa Reflexão e viva consciente.
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