Hoje se assiste pela televisão todo tipo de programas deseducativos, desde aqueles considerados infantis ou para adolescentes e jovens, até filmes e programas destinados para adultos. Sob a égide da “censurafobia” nenhuma medida é tomada que permita maior rigor contra a permissividade dos meios televisivos ou da mídia em geral, ou que limite a liberdade de expressão quando se trata de proteger o bem comum da sociedade. Pais e mães, por exemplo, assistem a novelas ou programas para adultos com os filhos pequenos no colo ou no sofá da sala, como se eles, os filhos, fossem surdos e cegos; e o cúmulo da ignorância se personifica ao acharem graça quando uma criança se refere a algum personagem ou cena mais picante. E que é ainda pior: desde os órgãos governamentais constitucionalmente responsáveis pela educação e proteção das crianças, até outras entidades de orientação da chamada sociedade civil como Conselhos de Direito da Criança, Igrejas, instituições de promoção social e de educação, etc., fazem de conta que tudo isso é normal ou que não cabe a elas, no mínimo, debaterem o assunto para encontrar saídas. Saídas para esta que é a maior crise pela qual estamos passando já há algum tempo, a crise de valores na família e na sociedade.
Entre outras tantas violências, a violência do chamado bullying não é novidade, pois, já existia antes de terem lhe dado um nome que mais parece de grife e a mídia fazer dela um “carnaval”. Senhoras e Senhores, essa violência começa em casa! Boa parte dos meninos e meninas carrega em suas “mochilas emocionais” a violência que experimentam em casa, junto com a falta de noções básicas de respeito humano e convivência social. E aí mais uma vez entra em cena a cegueira ou a hipocrisia habitual de muitos pais, que agem como se a violência dos seus filhos não tenha nada a ver com a falta de educação e limites que deveria ser da responsabilidade deles. E, também, mais uma vez a sociedade colabora com a sua omissão, por não admoestar os pais com severidade.
Há muito já disseram que os filhos são o espelho dos pais, e isso é plenamente verdadeiro. O núcleo central da formação do caráter dos filhos está na família, ligado umbilicalmente à educação que recebem dos pais ou seus substitutos. A escola pode ser parceira dos pais nessa formação, contribuindo com outros saberes, mas, sem substituí-los.
Enfim, ao tratar da educação de filhos fujo sempre de utilizar o termo culpa, já que não se trata de apenas de apontar culpados, sim de chamar a atenção para a responsabilidade. É necessário cada vez mais que a sociedade se conscientize disso e, através de suas instituições governamentais ou não governamentais, deixe claro para eles, os pais, que sem a responsabilidade ativa pela formação dos filhos a tendência dessa crise de valores é só ir aumentando até que percamos todo e qualquer controle. Os descaminhos do álcool, das drogas, do ilícito e da violência em todos os seus graus, só são trilhados por aqueles a quem os pais não deram direção ou propósito na vida.
Boa Reflexão e viva consciente.
Willes da Silva
Psicoterapeuta
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