Artigos - Viver Consciente
Willes da Silva
Psicoterapeuta, Conferencista Motivacional, Jornalista, Escritor - Autor do livro "Cidadania, O Direito de Ser Feliz.
O Futuro se Faz no Presente
13/09/2010
Não há como negar que uma soma considerável de pessoas não consegue evoluir ou transformar-se porque, de certo modo, vive prisioneira do passado. São fracassos, frustrações, desilusões, traumas, medos, perdas, culpas, enfim, um pesado fardo que muitos acreditam fazer parte do seu destino carregar. Alguns indivíduos até que tentam mudar hábitos e abandonar vícios, mas, acabam por sucumbir à falta da compreensão de que o que realmente faz a diferença é o tempo presente, espaço onde a vida realmente acontece e pode ser modificada.

Infelizmente na rota existencial de muitos indivíduos, devido ao modo pelo qual foram educados ou deseducados, é quase que natural esse apego ao passado, já que estranhamente aprenderam com pais, familiares e outras fontes, a superestimar as ocorrências dolorosas e desconfortáveis, e a desvalorizar tudo aquilo que foi bom, promovendo, com isso, a anulação das satisfações que foram vivenciadas. Em sendo assim, não deixa de ser esta uma estranha alquimia que transforma o passado em toda a sua inteireza numa espécie de mochila de pedras que, ao ocupar o presente, subtrai da pessoa as energias que poderiam ser gastas para transformar o ato de existir em algo mais prazeroso e leve.

O que, às vezes, nos parece tão óbvio, parece-me, não é assim tão evidente, pois, a obscuridade que esse acúmulo de passado causa em termos mentais e emocionais principalmente, é o que faz, por exemplo, com que indivíduos com grandes possibilidades de sucesso, permaneçam estagnados e improdutivos deixando que o tempo que lhes é precioso se esvaia causando a sensação de que nada pode ser feito para mudar o que deve ser mudado. Motivo pelo qual alguns passam sistematicamente a culpar o destino, a má sorte e outras tantas situações e crenças para justificar o abismo que não cansam de cavar para si próprios ao permanecerem nesse doentio “culto” ao que passou.

Será tão difícil assim compreender que fora do tempo presente não há objetivamente o que fazer para aliviar os estragos que possam ter sido gerados no passado? Que só ações responsáveis e conscientes no presente podem gerar algum ganho existencial? Pois bem, difícil ou não este é o desafio a ser aceito por quem deseja estabelecer para si um patamar existencial rico em realizações mais perenes. Não há mágica ou segredo, o caminho é diluir, digamos assim, a presença e a influência do passado no presente, e isso passa, necessariamente, por uma consciente aceitação do passado como elemento de aprendizado. Ou seja, transformar as vivências do passado em uma fonte de conhecimento de si mesmo e do universo à sua volta como um todo. É esse desapego do passado que pode transformar o que antes era pesado e doloroso, em um farol a iluminar e dar clareza ao presente e a tudo quanto possa ser realizado de agradável e satisfatório. O presente vivido com leveza liberta a mente, a alma e o corpo, para que haja um renascer vigoroso da vida em toda sua plenitude e potencialidade.

Boa Reflexão e viva consciente.

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