Hiperglicemia = glicose > 110 dg/l de sangue
Em conseqüência desse pico glicêmico, o pâncreas é ativado para produzir e liberar insulina na corrente sanguÃnea, provocando um triplo comando de obesidade:
1.Armazenar - o excesso de glicose no sangue será transformado em gordura.
2.Quando existe excesso de glicose no sangue, o organismo não libera (não deixa queimar) a gordura armazenada.
3.Após a liberação da insulina no sangue a taxa de glicose cai demasiadamente (< 70 dg/l), e o cérebro - grande devorador de glicose - libera uma mensagem de que necessita de glicose para seu perfeito funcionamento, ou seja, comer mais doce.
Velocidade de transformação dos açúcares em glicose
Tipo de Açucar | Índice Glicêmico |
Glicose / Maltose / Karo | Extremamente alto (>100%) |
Mel | Extremamente alto (>100%) |
Açúcar refinado ou cristal | Alto (80 a 100%) |
Melado / Demerara ou Mascavo | Alto (80 a 100%) |
Lactose (laticínios) | Moderado (~ 40%) |
Frutose | Baixo (< 40%) |
Assim, quando você decidir consumir açúcar, dê preferência ao melado, mascavo ou mel, que também são rápidos, mas são os "menos ruins" porque ao menos contêm micronutrientes. O açúcar refinado deveria ser abolido de todas as despensas, pois já é um produto sintético e super concentrado em sacarose, e ao mesmo tempo cheio de aditivos quÃmicos.
Infelizmente, o brasileiro tem o péssimo hábito de comer açúcar e adoçantes em excesso. Pesquisa mundial revelou que o brasileiro ingere de 3 a 6 vezes mais açúcar do que a média mundial, não somente quando adoça o café ou chá, mas quanto à quantidade de açúcar que coloca nos doces, e quanto à necessidade de comer tanto doce. Esta é uma questão cultural que pode ser resolvida com a redução gradual do consumo de açúcar e adoçantes. É uma questão de pura decisão. Com o tempo o palato vai ficando cada vez mais preciso e eficiente na percepção dos sabores, pois o excesso de sabor (açúcar, adoçantes, sal ou pimenta) acaba por tornar nosso paladar "entupido e impreciso".
Quanto aos adoçantes, existem inúmeras controvérsias e polêmicas sobre o assunto. O bom senso diz que, quanto mais sintético, mais moderação e informação serão necessárias. Em princÃpio os adoçantes artificiais devem ser evitados, principalmente por gestantes e crianças. Mas, como sair do consumo do açúcar, que é verdadeiramente nocivo à saúde, e dos adoçantes sintéticos, que são questionáveis?
Para administrar esse impasse valem as seguintes sugestões:
> Reduzir a necessidade de açúcar diária e apreciar melhor o sabor natural dos alimentos. Melhorar a mastigação vai ajudar muito no realce dos sabores.
> Consumir mais frutas frescas ou secas no lugar de sobremesas preparadas com muito açúcar ou caldas e dos biscoitos industrializados, principalmente aqueles recheados.
> Produzir bolos e sobremesas menos doces, procurando substituir o açúcar refinado por quantidade reduzida do melado de cana, mascavo ou mel, e usando frutas frescas ou secas para enriquecer o sabor.
> Quando decidir consumir mel ou melado, reduzir a quantidade e acompanhar com alimentos que contenham bastante fibra, proteÃna saudável e gordura nutricional.
> Tomar menos café e mais chá, preferentemente sem açúcar.
> Uma vez decidida a necessidade do consumo de adoçantes, direcionar a primeira opção para os naturais.
> Na escolha dos adoçantes sintéticos, evitar usar o mesmo tipo por mais que 30 dias, ou seja, alterar o tipo de adoçante sintético a cada 30 dias. E, desta forma evitar os possÃveis malefÃcios que cada um pode provocar, quando consumido por tempo continuado (> 30 dias).
Conceição Trucom é quÃmica, cientista, palestrante e escritora sobre temas voltados para alimentação natural, bem-estar e qualidade de vida.
Texto extraÃdo dos livros: "Alimentação Consciente" (edição esgotada), "Açúcar x Saúde" (Lançamento em 2007) e "A importância da Linhaça na Saúde - editora Alaúde".
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